Inspecção investiga mortes no hospital
Aveiro
2010-05-19
JOÃO PAULO COSTA
A Inspecção de Saúde vai analisar, a pedido do Hospital de Aveiro, o processo da mulher, de 35 anos, que na semana passada morreu durante o trabalho de parto. O bebé também não resistiu. Advogada da família admite processar o hospital.
A administração do Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, pediu à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) para investigar as mortes de uma mulher e do feto, no bloco de partos do hospital aveirense, na passada quarta-feira, revelou, ao JN, o director do hospital, Francisco Pimentel.
Os responsáveis do Hospital de Aveiro enviaram, ontem, a documentação solicitada pela IGAS e agora vão aguardar pela análise dos inspectores que ou encontram no processo motivos para avançar com uma investigação sobre eventuais falhas médicas ou arquivam o processo por ausência de indícios de má prática clínica.
Primeiro filho
Maria de Lurdes Amorim, 35 anos, natural da Póvoa do Varzim, veio para Aveiro pelo marido, António Freitas, residente na freguesia de Santa Joana. Na madrugada da última 4ª feira, dia 12, feriado municipal, entrou no hospital pouco antes das 5.30 horas. Foi para o bloco de partos - já em processo de dilatação - na companhia do marido, que se preparava para assistir ao nascimento de Beatriz, a primeira filha do casal. Maria disse a António que ia aproveitar para dormir um pouco, o marido acabou igualmente por adormecer ao lado da esposa.
Cerca das 8 horas um enfermeiro apercebeu-se que a mulher estava morta. Os médicos tentaram reanimá-la, mas já não conseguiram. Também o bebé tinha falecido.
Família espera pelos resultados
O Jornal de Notícias falou, ontem, com António Freitas, mas este recusou-se educadamente a prestar declarações, remetendo a posição da família para a sua advogada. Susana Marques adiantou que vai esperar pelas conclusões do inquérito do Ministério Público e da IGAS. "Só depois de conhecermos os resultados das autópsias e das investigações do Ministério Público e da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde é que tomaremos a decisão de avançar ou não com um processo judicial contra o Hospital de Aveiro", afirmou a advogada.
"Não queremos por em causa a imagem do hospital mas não abdicamos de saber o que se passou, até para que, em caso de ter havido alguma falha, esta situação não se volte a repetir com outra mulher", acrescentou Susana Marques.
"Condições físicas e humanas"
Francisco Pimentel explicou, ao Jornal de Notícias, que a decisão de pedir uma investigação externa ao hospital, no caso à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, se deveu à necessidade de "salvaguardar a imagem do hospital e dos funcionários num quadro de grande emotividade provocado por uma situação que o hospital lamenta profundamente".
O director assegura que "estavam reunidas todas as condições físicas e humanas para a realização de um parto normal", esperando agora que a IGAS , com o apoio do resultado da autópsia, apure se na origem das mortes esteve alguma doença súbita ou uma má prática clínica. A acontecer esta última, Francisco Pimentel adianta que "o Hospital e os responsáveis por eventuais falhas assumirão as responsabilidades".
Diario de Noticias: http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Aveiro&Concelho=Aveiro&Option=Interior&content_id=1573031
Aveiro
2010-05-19
JOÃO PAULO COSTA
A Inspecção de Saúde vai analisar, a pedido do Hospital de Aveiro, o processo da mulher, de 35 anos, que na semana passada morreu durante o trabalho de parto. O bebé também não resistiu. Advogada da família admite processar o hospital.
A administração do Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, pediu à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) para investigar as mortes de uma mulher e do feto, no bloco de partos do hospital aveirense, na passada quarta-feira, revelou, ao JN, o director do hospital, Francisco Pimentel.
Os responsáveis do Hospital de Aveiro enviaram, ontem, a documentação solicitada pela IGAS e agora vão aguardar pela análise dos inspectores que ou encontram no processo motivos para avançar com uma investigação sobre eventuais falhas médicas ou arquivam o processo por ausência de indícios de má prática clínica.
Primeiro filho
Maria de Lurdes Amorim, 35 anos, natural da Póvoa do Varzim, veio para Aveiro pelo marido, António Freitas, residente na freguesia de Santa Joana. Na madrugada da última 4ª feira, dia 12, feriado municipal, entrou no hospital pouco antes das 5.30 horas. Foi para o bloco de partos - já em processo de dilatação - na companhia do marido, que se preparava para assistir ao nascimento de Beatriz, a primeira filha do casal. Maria disse a António que ia aproveitar para dormir um pouco, o marido acabou igualmente por adormecer ao lado da esposa.
Cerca das 8 horas um enfermeiro apercebeu-se que a mulher estava morta. Os médicos tentaram reanimá-la, mas já não conseguiram. Também o bebé tinha falecido.
Família espera pelos resultados
O Jornal de Notícias falou, ontem, com António Freitas, mas este recusou-se educadamente a prestar declarações, remetendo a posição da família para a sua advogada. Susana Marques adiantou que vai esperar pelas conclusões do inquérito do Ministério Público e da IGAS. "Só depois de conhecermos os resultados das autópsias e das investigações do Ministério Público e da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde é que tomaremos a decisão de avançar ou não com um processo judicial contra o Hospital de Aveiro", afirmou a advogada.
"Não queremos por em causa a imagem do hospital mas não abdicamos de saber o que se passou, até para que, em caso de ter havido alguma falha, esta situação não se volte a repetir com outra mulher", acrescentou Susana Marques.
"Condições físicas e humanas"
Francisco Pimentel explicou, ao Jornal de Notícias, que a decisão de pedir uma investigação externa ao hospital, no caso à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, se deveu à necessidade de "salvaguardar a imagem do hospital e dos funcionários num quadro de grande emotividade provocado por uma situação que o hospital lamenta profundamente".
O director assegura que "estavam reunidas todas as condições físicas e humanas para a realização de um parto normal", esperando agora que a IGAS , com o apoio do resultado da autópsia, apure se na origem das mortes esteve alguma doença súbita ou uma má prática clínica. A acontecer esta última, Francisco Pimentel adianta que "o Hospital e os responsáveis por eventuais falhas assumirão as responsabilidades".
Diario de Noticias: http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Aveiro&Concelho=Aveiro&Option=Interior&content_id=1573031
Última edição por Admin em 25/5/2010, 16:17, editado 1 vez(es)